Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais
O que aconteceu que esse cara acordou cantando? hehehe
Hoje eu quero falar sobre essa frase da canção Como os nossos pais.
Uma belíssima composição do Belchior imortalizada na voz da grande Elis Regina.
Essa frase traz uma grande verdade:
É muito importante da onde a gente veio e a forma que a gente foi criado.
Nós temos a influência genética que vem dos nossos pais.
E o resto é o ambiente que a gente vive.
Até a gente formar os nossos primeiros circuitos estamos no ambiente dos nossos pais.
Então, a nossa família tem grande importância nos nossos comportamentos, no nosso caráter e em quem nós somos.
E aí, como é que faz?
Belchior está sempre certo e não há nada que possamos fazer para vencer esse ciclo?
Bem, não é bem assim.
Algumas coisas, a gente só precisa manter.
Manter as coisas boas que herdamos do nosso ambiente familiar e da nossa genética.
Já outras nós precisamos mudar.
É nossa responsabilidade quebrar os circuitos que foram instalados em nós e não repetirmos os maus hábitos herdados.
Por exemplo: eu venho de uma família de obesos.
(Peguei um exemplo bem mentiroso, pois na minha família todo mundo é magro. hehehe)
Mas a título de exemplo, vamos lá!
Então, eu aprendi desde criança que comer é uma coisa importante, gostosa e dopaminérgica.
E esteticamente a minha referência é aquela: meu pai é gordo, minha mãe é gorda, meu irmão mais velho é gordo…
E aí eu vou ser o quê? Gordo, lógico.
Mas se eu quiser ser magro, como faço para quebrar essa influência avassaladora do ambiente familiar?
Não é brincadeira, porque isso está circuitado dentro de nós.
Então, é preciso quebrar esses circuitos.
Como é que faz isso?
Bom, nós sabemos que o ambiente é super importante no nosso comportamento.
Conhece aquele ditado?
Diga-me com quem andas que eu te direi quem és.
Então, nesse caso, eu vou procurar um ambiente de magros.
Eu vou ser amigo de pessoas que gostam de academia.
Eu vou namorar uma menina fitness.
E por aí vai.
Porque a influência desse novo meio vai criar uma vontade dentro de mim.
Isto é, uma ordem dopaminérgica no meu cérebro de buscar outro comportamento para me igualar àquele novo ambiente.
Infelizmente ou felizmente, eu diria que naturalmente nós somos assim.
Nós temos neurônios espelhos, nós somos seres gregários, nós vivemos em bando.
E a influência do nosso bando, do nosso grupo, da nossa tribo é muito importante para instituir os nossos comportamentos.
Então, dois conselhos bons para você:
Primeiro, procure conviver com pessoas que já estão fazendo aquilo que você quer fazer.
Assim fica mais fácil sair do circuitos familiares.
E uma outra coisa que os livros de neurociência não ensinam é a prática da meditação.
Mergulhar dentro de si, dentro da sua essência e conversar com o EU SOU.
Com aquilo que comanda realmente a sua alma.
Não é o seu cérebro! O cérebro é o hardware.
E sim com o grande programador do software Divino.
E isso só é possível através do silêncio mental.
Então, são coisas opostas, mas complementares.
No primeiro conselho, você pode se juntar à uma tribo quando quiser instalar determinado comportamento.
E nesse último, que eu acho ainda mais importante, é:
Você pode se eximir de todas as tribos, de todas as influências e mergulhar dentro da sua essência.
E buscar ali o comportamento que for melhor para você.
Adoro você, Belchior.
Adoro você, Elis Regina.
Mas quem manda em mim, soy yo.
Para isso a gente tem que mergulhar no nosso centro essencial .
E isso só se faz silenciando a mente e se apartando de todas as influências externas.