Estava aqui refletindo sobre o caminho espiritual, o caminho da consciência, o caminho do autoconhecimento, que é o mesmo caminho, na verdade.
São apenas nomes diferentes para o mesmo caminho.
O caminho da nossa senda espiritual é conhecer e dominar a nós mesmos.
Então, uma tarefa importante neste processo é nos livrar dos vícios, dos maus hábitos e implantar bons hábitos no lugar.
Resumindo, talvez, essa seja a tarefa principal.
Quando a gente fala de vícios, fica bem claro que ele tem que ser combatido, porque ele traz muito prejuízo para si mesmo, para a família e para todos aqueles que rodeiam o viciado.
Todo mundo vê o vício da pessoa e isso gera uma obrigação ou urgência para resolver aquela situação.
E o hábito?
O hábito usa os mesmos mecanismos, os mesmos circuitos neuronais dopaminérgicos do vício, seja o jogo do bicho, vício em drogas, etc
Só que o hábito não chama atenção. Ele é tido como normal.
Ah, ele tem hábito de fazer isso. Ele faz isso habitualmente.
Não tem uma carga negativa aí, então o hábito fica travestido ou encoberto pelo manto da normalidade.
E o vício pelo manto execrável do erro, do defeito de caráter…
As pessoas confundem e julgam, porque não sabem que o vício é uma doença.
Só que no caminho da evolução é muito mais importante a gente prestar atenção nos hábitos, porque hábitos todos nós temos e muitos.
E nem sempre eles são percebidos como nocivos.
E olha só que interessante, é a mudança dos hábitos que vai trazer consciência para nós.
Então é isso, eu tenho um determinado comportamento que ele não agrega. Eu tenho o hábito de fazer aquilo.
Por exemplo, nas gerações anteriores era comum os pais serem muito autoritários e baterem nos filhos para educar.
Eles achavam que isso era o correto. Então, criava-se aquele hábito de bater para educar.
Usava-se a seguinte desculpa: Ah, esse é o jeito eu fui educado, eu vou bater no meu filho, senão a vida vai bater nele mais tarde.
E essas racionalizações e desculpas só reforçam o hábito.
Bem, peguei pesado nesse exemplo, né?
Vou dar um outro muito comum que euzinho pratico que é beber líquidos gelados nas refeições.
Suco gelado, água gelada, refrigerante gelado…
É um hábito, um hábito pouco saudável.
Eu tô comendo, meu estômago vira uma fornalha na digestão, aí eu vou lá e jogo nesse incêndio fisiológico um balde d’ água gelada.
Nunca ninguém me condenou por esse hábito, aliás, nunca ninguém me ensinou que isso não deveria ser feito.
Eu aprendi muito tempo depois e ainda tenho esse hábito.
Então, o primeiro passo é tomar consciência de que se tem um hábito e aí começar a desinstalar.
Com presença, com consciência e prática até que ele se torne automático.
E de um hábito nocivo, se torne um hábito virtuoso.
Como levantar cedo, como fazer ginástica, como meditar, como estudar…
Sim, estudar, não importa se você já se formou ou não.
Escolha um assunto para se aprofundar que não tem nada a ver com a tua profissão e estude apenas para te engrandecer.
Um bom hábito vem da prática e a prática só acontece com presença.
Estar presente, criar gatilhos e insistir até circuitar.
Criou o circuito, aí vai!
Assim como o hábito vai sozinho também.
Então é isso: temos que instalar bons hábitos e desinstalar vícios e maus hábitos.