Aprender a morrer

Certa vez, eu estava numa sessão de ayahuasca em Guarapari.

E a sessão estava sendo dirigida pelo mestre Braga, um mestre muito importante no grupo que eu frequentava.

Em determinado momento, ele virou para mim e perguntou:

Doutor, qual é o sentido da vida?

Ele queria que as pessoas ali ouvissem o ponto de vista de um médico sobre o assunto.

Eu respondi tudo que veio na minha cabeça e quando eu terminei de falar, ele disse:

O sentido da vida é aprender a morrer. Nós estamos aqui para aprender a morrer.

Na hora, essa resposta me causou um certo desconforto, mas depois eu entendi e até concordei.

Primeiro, nós precisamos entender que a morte não existe como nós conhecemos.

Quando a gente morre em um determinado plano, nasce em outro plano.

Morre para cá, nasce para lá. Morre pra lá, nasce para cá.

Então, nascer é um tipo de morte e morrer é um tipo de nascimento.

Mas o Mestre Braga não estava se referindo à morte física.

Ele se referia a grande sabedoria de aprender a morrer em vida.

Como assim?

Existem muitos ciclos entre o nascer e o morrer do nosso corpo encarnado.

Entre o nascimento e a morte existem pequenas mortes muito constantes.

Eu costumo falar dos setênios, porque muitos desses ciclos ocorrem mais ou menos de 7 em 7 anos.

Aprender a morrer em vida significa exatamente trilhar no caminho da consciência.

Durante a vida a gente vai solidificando sistemas de crenças e conjuntos de entendimentos.

E para avançar na jornada da consciência, eventualmente precisamos desconstruir esses sistemas para aprender novas coisas.

Isso acontece numa verdadeira espiral hermenêutica.

O tempo todo estamos aprendendo, criando e solidificando um sistema de crenças para depois destruí-lo e começar um novo.

Onde vamos aprender um outro código de referências que terá o mesmo fim.

E assim continuamente criando e destruindo, nascendo e morrendo a cada ciclo.

Em alguns momentos da vida precisamos nos desfazer de tudo aquilo que a gente sabe para abrir espaço para saber coisas novas.

Sócrates sabia disso.

Quando disseram que segundo os Oráculos de Delfos ele era o homem mais inteligente da terra, ele respondeu:

Só sei que nada sei.

Isso é coisa de sábio, porque ele sabia que tinha que aprender mais e mais e mais.

Aquele que acha que não sabe, sabe mais.

Aquele que acha que sabe, sabe menos e se fecha para aprender coisas novas.

Só sei que nada sei.

Essa é a atitude de morrer para, na vida, aprender mais.

Quando a gente se desfaz das coisas que estão arraigadas.

Quando a gente aceita “morrer” para viver novamente mais e melhor.

Nesse exato momento entendemos o verdadeiro sentido da vida.

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