No processo de obtenção do conhecimento, nós passamos obrigatoriamente pelas cinco portas da percepção.
As portas das percepções são os cinco sentidos: visão, olfato, paladar, tato e audição.
Esses sentidos, que são as portas da percepção, nos trazem a notícia da realidade material que a gente identifica simplesmente como realidade.
E ali montamos todo um constructo teórico baseado naquilo que percebemos com os nossos sentidos.
Só que quando nós vamos falar sobre estudos espirituais ou sobre a evolução espiritual, esses cinco sentidos são poucos, são parcos.
Eles não são suficientes, porque delimitam um aspecto da realidade que é a realidade espiritual.
Portanto, o processo de aprendizado também precisa mudar.
Não pode ser mais cognitivo, intelectual, não tem como decorar esse tipo de conhecimento.
Nós temos que desenvolver a capacidade de aprender através de outros canais, não só os cognitivos, mas acessar de outras maneiras o conhecimento dentro de nós.
No curso dos Quatro Elementos, eu recebo alguns comentários e perguntas onde percebo claramente que as pessoas estão identificadas com o plano cognitivo, com o plano da materialidade.
E enquanto nós não entendermos isso, nós vamos chegar em um certo nível de conhecimento espiritual e ali estacionar.
Seremos como uma biblioteca cheia de livros não lidos ou cheia de livros lidos e não compreendidos.
Ou ainda pior, uma biblioteca cheia de livros lidos, compreendidos, porém não assimilados e não praticados.
Assim vamos nos tornando um poço de entulho intelectual e o efeito colateral disso é vaidade.
Uma vaidade intelectual onde se acha que tem muito conhecimento quando na verdade tem muito entulho de informação.
Então, nós precisamos arrumar um jeito de aprender além do processo cognitivo.
Aí entra a experiência, a comunhão psíquica junto com aquilo que você está estudando.
Isso vai além do dois mais dois é igual a quatro.
No mundo espiritual dois mais dois pode dar cinco e estar absolutamente correto.
Cuidado com o ego, inclusive para aprender.
Esse aprendizado cognitivo satisfaz o ego.
A alma tem que arrumar um outro jeito de aprender.
E isso não é com a cabeça.
E imediatamente alguém pode perguntar: mas se não é com a cabeça, é como?
Essa é a maneira cerebral de continuar aprendendo: fazendo essas perguntas.
A primeira coisa que nós temos que aprender é conversar com o Deus dentro da gente, com o mestre dentro da gente.
E isso não há livro mais que ensine: é prática, e experiência.
A gente pode ensinar alguns caminhos, mas os caminhos precisam ser percorridos.
É assim que a gente aprende, não é só pelo mapa.
Não é pelo mapa que nós conhecemos um lugar, mas o percorrendo passo a passo, comendo das suas ervas, sentindo os aromas das flores pelo caminho…